O primeiro debate sem a presença do ex-governador Joaquim Roriz, substituído por Dona Weslian, foi marcado pela lavagem de roupa suja entre os candidatos Agnelo Queiroz (PT), Toninho (PSOL) e Eduardo Brandão (PV). Nos debates anteriores, eles descarregavam suas agressividades no ex-governador. Na TV Globo, eles respeitaram Dona Weslian e desrespeitaram a ausência de Roriz, atacando-o indiretamente. Mas durante quase todo o debate, trocaram acusações mútuas.
Agnelo gastou bastante tempo tentando explicar a aliança do PT com o PDMB e com a sinalização de apoio feita pelo ex-governador José Roberto Arruda, em entrevista ao jornal “Correio Braziliense”. Mesmo pressionado, Agnelo não concordou em, se eleito, assumir o compromisso de não dar cargos em seu suposto governo aos envolvidos em corrupção no Governo Arruda que estão na mesma coligação do petista. Agnelo chegou a declarar que lhe seria bem-vindo o voto do ex-governador José Roberto Arruda, que na entrevista ao “Correio” afirmou que não votará em Roriz.
D. WESLIAN: “SOU A FAVOR DA VIDA”
Dona Weslian preferiu evitar a troca de farpas dos adversários, mas não deixou de dar uma estocada em Agnelo. Ela o questionou pelo fato de ter pertencido ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), agremiação cujos filiados não acreditam em Deus, e de agora pertencer ao PT, partido que defende o aborto. “Eu sou a favor da vida”, enfatizou Dona Weslian, desconcertando o petista, que depois renegaria a defensa que o PT faz do aborto.
A candidata chegou a ser provocada diretamente, mas reagiu com segurança ao ser questionada por Brandão como reagirá caso venha a ocorrer denúncias de corrupção em seu governo. “No meu governo não vai ter irregularidade, não vai ter corrupção”, respondeu com firmeza. “Sou séria. Fui criada com honestidade na minha casa, na minha família. Tudo que for de corrupção eu não vou aceitar”.
A candidata afirmou ainda que, eleita, “vai começar um novo governo, uma situação nova em Brasília. Nós haveremos de fazer um governo sem nenhuma mácula. Nosso governo vai ser de muita transparência”, garantiu. Disse também que nem ela nem Roriz podem ser responsabilizados por erros cometidos por ex-auxiliares do ex-governador. Ao defender o marido, argumentou que Roriz confiou nos auxiliares que escolheu. “O nosso modo de pensar é que você é honesto. Se aconteceu de a pessoa ter sido desonesta, nós não temos culpa disso”, defendeu.
Demonstrando que seguirá o Plano de Governo elaborado por Roriz, Dona Wesley, em alguns momentos do debate, preferiu recorrer à leitura de algumas propostas contidas no programa propostos pelo então candidato do PSC. Assim, pode melhor defender propostas como políticas públicas modernas para solucionar os problemas de saúde, segurança e transporte.
Ao final do debate, Dona Weslian criticou os que agora tentam impedi-la de ser candidata e tranqüilizou seus eleitores, dizendo que não há nada que a impeça de ser substituir Roriz e de continuar na disputa ao governo do DF.
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